quarta-feira, 9 de maio de 2012

Maternagem Caseira - Superdedicação

Prezado(a) novo(a) visitante: antes de iniciar sua leitura, sugiro ler o breve prefácio que precede esta série de posts para evitar mal entendidos e/ou antipatias em relação à autora (eu!). Obrigada e bom divertimento!

Quando resolvi ser mãe, ou melhor, resolvemos ser pais - sim, porque Maridão também resolveu isso comigo, oras! - decidimos que quem iria cuidar das crias seríamos nós, seus genitores, e não a escolinha, a creche, a sogra, a vovó, a "dona ...inha", a babá ou quem quer que fosse pelos primeiros 4 ou 5 anos. Ok, eu não tinha calculado direito, então descobri na prática que o "nós, seus genitores" significava 99,99...% a mais de dedicação da genitora aqui que vos escreve - e isso funciona quase como uma lei da natureza, não há como evitar! Também busquei muita informação durante toda a gestação - foi nessa época que tive meu primeiro contato com a fantástica blogesfera materna: um maravilhoso e completo universo que só me ajudou a me preparar da melhor maneira possível para o cargo mais importante da minha vida.
Então, com uma boa dose de planejamento e muito privilégio de vida (que é agradecido todos os dias em minhas orações), consegui deixar o trabalho totalmente de lado e me dedicar exclusivamente à criação do pequeno e, até pouquíssimo tempo, aos afazeres da casa - e haja o que fazer! Apesar de ser publicitária por formação e vocação, descobri já há uns bons anos que não me encaixo nos padrões da mulher moderna: superprofissional - supermãe - superesposa.
Confesso que não fico triste, chateada nem arrependida por ter aberto mão de carreira e independência financeira, sei que ainda retomarei esse espaço que preenchi com a maternidade e até me orgulho por essa condição pelo fato que nunca ouvi uma mãe dizer que se arrependeu por ter se dedicado à educação dos filhos durante seus primeiros aninhos.
Aí sim, neste caso, tenho obrigação de ser super: superexigente com a qualidade da alimetação da turma toda aqui em casa, superatenta e superseletiva ao conteúdo daquilo que o pequeno está prestanto atenção na TV - entende-se desenhos e/ou programas animados sem nenhum tipo de violência, que só existem na Tv Cultura e TV Rá-Tim-Bum - supercriativa nas atividades de lazer intelectual do tipo quebra-cabeças, peças de montar e encaixar, superanimada pra tirar o filhote de dentro do apartamento e deixá-lo correr na grama da pracinha descalço e depois se jogar no tanque de areia, super em dia com os passeios de motoquinha, bicicletinha e carrinhos de pedal, superantenada aos livrinhos coloridos com figuras grandes e de fácil identificação, superfã das tintas e massinhas de modelar comestíveis (feitas em casa à base de água, farinha de trigo e corantes de cenoura, beterraba, espinafre, café e molho shoyo), superempolgada com a reciclagem de caixas de papelão que viram carrinhos e cabaninhas divertidas, superinvestidora em brinquedos hand made de madeira, tecido, borracha ou papel e sem pilhas (peloamordeDeus!), superapreciadora de instrumentos musicais e DVD's de músicas para os pequenos - pausa para declarar minha tietagem ao excepcional Palavra Cantada; Paulo Tatit, Sandra Peres &Cia: obrigada por fazerem parte da educação do meu filho! - superparceira na hora de brincar com a cobiçada caixinha de giz de cera, lápis de cor e as canetinhas coloridas (mas na parede não vale!), superaventureira ao carregar o filhote em pequenas e grandes viagens à passeio, superpaciente no demorado "esconde-esconde" antes de escovar os dentes, que sempre acaba no banheiro e o prêmio é colocar creme dental (sem fluor, heim gente!) sozinho na escova, super-reponsável quando deixo ele me ajudar na cozinha nas tarefas de baixo risco, tipo lavar as folhas da salada, pegar o liquidificador e colocar nele as frutas pro suco, brincar com as cascas dos legumes e vegetais e lavar suas mamadeiras (de mentirinha, claro!).

Estes são os exemplos mais importantes de chatices de mãe com complexo de superdedicação, na minha opinião. Se bem que ainda tem uma peça fundamental para toda essa dedicação ser realmente válida: a boa e velha rotina, com horários rigorosos. Mas esse é assunto pro próximo post... não perca!

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