Quando resolvi ser mãe, ou melhor, resolvemos ser pais - sim, porque Maridão também resolveu isso comigo, oras! - decidimos que quem iria cuidar das crias seríamos nós, seus genitores, e não a escolinha, a creche, a sogra, a vovó, a "dona ...inha", a babá ou quem quer que fosse pelos primeiros 4 ou 5 anos. Ok, eu não tinha calculado direito, então descobri na prática que o "nós, seus genitores" significava 99,99...% a mais de dedicação da genitora aqui que vos escreve - e isso funciona quase como uma lei da natureza, não há como evitar! Também busquei muita informação durante toda a gestação - foi nessa época que tive meu primeiro contato com a fantástica blogesfera materna: um maravilhoso e completo universo que só me ajudou a me preparar da melhor maneira possível para o cargo mais importante da minha vida.
Então, com uma boa dose de planejamento e muito privilégio de vida (que é agradecido todos os dias em minhas orações), consegui deixar o trabalho totalmente de lado e me dedicar exclusivamente à criação do pequeno e, até pouquíssimo tempo, aos afazeres da casa - e haja o que fazer! Apesar de ser publicitária por formação e vocação, descobri já há uns bons anos que não me encaixo nos padrões da mulher moderna: superprofissional - supermãe - superesposa.
Confesso que não fico triste, chateada nem arrependida por ter aberto mão de carreira e independência financeira, sei que ainda retomarei esse espaço que preenchi com a maternidade e até me orgulho por essa condição pelo fato que nunca ouvi uma mãe dizer que se arrependeu por ter se dedicado à educação dos filhos durante seus primeiros aninhos.
Aí sim, neste caso, tenho obrigação de ser super: superexigente com a qualidade da alimetação da turma toda aqui em casa, superatenta e superseletiva ao conteúdo daquilo que o pequeno está prestanto atenção na TV - entende-se desenhos e/ou programas animados sem nenhum tipo de violência, que só existem na Tv Cultura e TV Rá-Tim-Bum - supercriativa nas atividades de lazer intelectual do tipo quebra-cabeças, peças de montar e encaixar, superanimada pra tirar o filhote de dentro do apartamento e deixá-lo correr na grama da pracinha descalço e depois se jogar no tanque de areia, super em dia com os passeios de motoquinha, bicicletinha e carrinhos de pedal, superantenada aos livrinhos coloridos com figuras grandes e de fácil identificação, superfã das tintas e massinhas de modelar comestíveis (feitas em casa à base de água, farinha de trigo e corantes de cenoura, beterraba, espinafre, café e molho shoyo), superempolgada com a reciclagem de caixas de papelão que viram carrinhos e cabaninhas divertidas, superinvestidora em brinquedos hand made de madeira, tecido, borracha ou papel e sem pilhas (peloamordeDeus!), superapreciadora de instrumentos musicais e DVD's de músicas para os pequenos - pausa para declarar minha tietagem ao excepcional Palavra Cantada; Paulo Tatit, Sandra Peres &Cia: obrigada por fazerem parte da educação do meu filho! - superparceira na hora de brincar com a cobiçada caixinha de giz de cera, lápis de cor e as canetinhas coloridas (mas na parede não vale!), superaventureira ao carregar o filhote em pequenas e grandes viagens à passeio, superpaciente no demorado "esconde-esconde" antes de escovar os dentes, que sempre acaba no banheiro e o prêmio é colocar creme dental (sem fluor, heim gente!) sozinho na escova, super-reponsável quando deixo ele me ajudar na cozinha nas tarefas de baixo risco, tipo lavar as folhas da salada, pegar o liquidificador e colocar nele as frutas pro suco, brincar com as cascas dos legumes e vegetais e lavar suas mamadeiras (de mentirinha, claro!).
Estes são os exemplos mais importantes de